sexta-feira, 12 de junho de 2009

Namoro X Trabalho



Geralmente passamos mais de oito horas diárias no nosso ambiente de trabalho, e é comum se ter mais afinidade com um colega do que com outro colega de trabalho, amizades, que podem ter alterações com o tempo.


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Sentimentos esses que podem acarretar uma série de resultados positivos ou negativos no desempenho do profissional na empresa. O contrário do que aconteceu com Luzeni Santos, 25 anos, jornalista e Tadeu Felipe, de 28, cinegrafista que se conheceram em agosto de 2000 e que cinco anos mais tarde começaram a namorar. A troca de olhares, troca de mensagens pelo celular já eram constantes e aumentaram numa noite quando eles voltavam de uma reportagem na cidade de Goiás. Namoraram cerca de dois anos e em Junho de 2007 se casaram.

Do convite de casamento às lembrancinhas para os convidados tinha tudo que pudesse lembrar a profissão dos dois. No trabalho não tiveram intervenção nenhuma dos chefes, que ficaram satisfeitos e felizes pelo amor dos funcionários. Para Luzeni trabalhar na mesma empresa que o marido só traz benefícios, em casa os assuntos são os mesmos, um entende do que o outro fala, se vêem o dia todo, mas ela prefere não trabalhar na mesma equipe do marido, “é menos desgastante”, diz.

Segundo a sexóloga americana Shere Hite, em entrevista para a Revista Veja , escrita por Alexandre Mansur e publicada na edição 1642 de 29 de março de 2000, passamos tanto tempo da vida no escritório que a maior parte de nossas relações sociais são construídas no ambiente de trabalho. Desde pequenos, meninos e meninas vão à escola juntos e se dão bem. A performance universitária de homens e mulheres indica que os estudantes não tiram notas piores porque estão flertando uns com os outros. Homens e mulheres podem trabalhar juntos sem a necessidade de alguém tomando conta. Essa liberdade cria um ambiente profissional mais energizante.

Rosângela Tavares assistente do RH da TV Serra Dourada em Goiânia diz que na empresa existem muitos casais e que o necessário é a descrição e o profissionalismo acima de tudo. Nas dependências da empresa não é permitido, mas não vêem problema algum com a vida pessoal de cada empregado, fora da empresa cada um segue a vida normalmente sem interferência de chefe algum. As empresas evitam casais da atuarem no mesmo departamento, pois muitos não conseguem controlar o sentimentos e não atuam sobre a ética profissional.

No Ministério do Trabalho e Emprego, não existe legislação que proíba o namoro no trabalho. O que pode existir são regras próprias criadas pela empresa. É o que diz a advogada Carolina Costa Xavier, segundo ela só há possibilidade de dispensa por uma justa causa, caso , haja desobediência de cláusulas do contrato de trabalho, das quais estão previstas na CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas confira no quadro a seguir:

Artigo 482, CLT - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: a) ato de improbidade;b) incontinência de conduta ou mau procedimento;c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalhou o empregado, ou forma prejudicial ao serviço;d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena;e) desídia no desempenho das respectivas funções;f) embriaguez habitual ou em serviço;g) violação de segredo da empresa;h) ato de indisciplina ou de insubordinação;i) abandono de emprego;j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;l) prática constante de jogos de azar.Único: Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado a prática, devidamente comprovada em inquérito administrativo, de atos atentatórios contra a segurança nacional.

Ainda de acordo com a advogada o que poderia caracterizar era uma incontinência de conduta, que é comportamentos depravados, considerados falta de respeito relacionados com a sexualidade. A empresa não pode concluir a rescisão, caso não haja conduta desonrosa. Caso os funcionários tiverem sido dispensados por justa causa, pode se entrar com uma ação judicial pedindo a rescisão direta, do qual haveria a conversão da justa causa em rescisão sem justa causa, onde teriam direito a todas as verbas rescisórias na totalidade e com pedido de indenização por danos morais.

Também pode se pedir a reintegração no emprego, do qual a empresa reintegra o funcionário e ainda paga de forma retroativa tudo o que ele deveria receber. Pode se pedir as três providências em uma só ação onde ficaria a critério do juiz qual seria a medida melhor cabível. “Muitas vezes a reintegração nesses casos pode causar grandes sofrimentos ao funcionário, que pode vir a sofrer perseguições mais tarde” explica Carolina.

Ubirajara Eduardo Dias, de 32 anos e Ana Luiza Silva Corrêa de 31, não se preocupam quanto a isso. Os dois se conheceram fora da empresa em que trabalham atualmente e são também um exemplo de que podemos sim conciliar o profissionalismo com um relacionamento no ambiente de trabalho. Os dois levaram seus currículos juntos, foram pré-selecionados e em 2004 conseguiram o emprego no call center da Vivo em Goiânia. No inicio não comentaram com ninguém que eram namorados já há nove anos, pois ainda não conheciam as regras da empresa.

Depois de algum tempo de trabalho, os amigos começaram a perceber e então resolveram não mais omitir o relacionamento. Com a promoção de Ana Luiza para supervisora seguida pela promoção de Ubirajara também para supervisor do call center, resolveram marcar a data do casamento para fevereiro de 2006. Hoje Ana Luiza espera ansiosamente a chegada de Anna Júlia entrando no nono mês de gestação. Para Ubirajara a ética profissional está acima de qualquer problema enfrentado no relacionamento.






Dez Dicas para um namoro dar certo no ambiente de trabalho

* Depois de uma briga conjugal nunca apareça de “ cara amarrada” no trabalho
* Evite “cara amarrada” por ciúmes possessivos
* Evite situações em que vocês fiquem sozinhos no mesmo ambiente dentro da empresa
* Evite apelidos carinhosos no ambiente de trabalho
* Procure descobrir como funciona a política da empresa sobre o assunto
* Comunique em primeiro lugar o relacionamento ao chefe, para evitar burburinhos no corredor
* Mesmo que a empresa permita o relacionamento entre os funcionários seja discreto ao máximo
* Esteja aberta aos alertas daqueles colegas mais chegados. Eles podem dar um toque sobre como vêem a relação
* Na empresa é importante de que se tenha em mente que o trabalho é a prioridade e o namoro fica em segundo plano
* Seja profissional acima de tudo

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