quarta-feira, 17 de junho de 2009

Cura e direito à vida



Apesar do muito que se tem discutido, ainda existe muita confusão em relação aos conceitos de células-tronco (embrionárias e não embrionárias), clonagem reprodutiva e terapia celular. Quando a pesquisa científica diz respeito à vida humana, os limites devem ser definidos de maneira muito clara, para evitar que se manipule a vida de um ser humano desprotegido em favor de outro ser humano mais favorecido.

Não devemos ter medo de pôr limites à ciência. Devemos ter medo, sim, de uma ciência que, sem reconhecer limites éticos, acaba pondo em risco a vida humana com os desequilíbrios que provoca no sistema ecológico, nos relacionamentos entre ricos e pobres. A Igreja defende a pesquisa científica, sobretudo quando se pensa que essa pesquisa pode nos levar à cura das doenças que afligem a humanidade. Porém, o ser humano deve ser respeitado como pessoa desde o primeiro instante de sua existência. No entanto a Igreja Católica condena a experimentação com embriões humanos, exceto as investigações em benefício do embrião individual investigado. Entende-se que o embrião já seria um ser humano pleno desde a concepção e cuja vida deve ser respeitada.

A ciência também tem de respeitar os direitos do homem. Não se trata, aqui, de defender a vida a partir de argumentos de fé. Trata-se de usar a razão para defender o valor absoluto de cada pessoa humana. A mídia tem explorado os testemunhos de portadores de doenças crônicas para as quais ainda não existem tratamentos que, justa e honestamente, buscam a cura para seus males. Esses testemunhos muitas vezes visam sensibilizar a opinião publica no sentido de se obter a rápida aprovação de leis que autorizem os cientistas a utilizarem embriões humanos como se isso pudesse “apressar” os resultados desses trabalhos de pesquisa, o que não é verdade porque as pesquisas com células-tronco retiradas de outros tecidos humanos (placenta, medula, entre outros) continuam se desenvolvendo a passos largos, no sentido de se alcançar os benefícios para a saúde de todos, o que é também o anseio da Igreja.

O que fazer com as pessoas doentes que poderiam esperar ser curadas a partir do uso da vida de embriões humanos? É preciso cuidar delas. Tenho certeza de que ninguém quer salvar sua vida à custa da vida de outro homem inocente.

Nenhum comentário: