quarta-feira, 10 de junho de 2009

Coleta Seletiva, uma solução para o lixo

A reciclagem vem se tornando um tema de grande importância no mundo em que vivemos o lixo mesmo depois de jogado na lixeira continua existindo, e não há possibilidade de deixarmos de produzi-lô.Diariamente é coletado em Goiânia 1.200 toneladas de lixo, sendo 360 toneladas de materiais recicláveis. A Comurg – Companhia municipal de urbanização de Goiânia, inovou com a coleta seletiva voluntária, colocando a disposição da população 113 PEVs - ponto de entrega voluntária, distribuídos pela grande Goiânia, alguns com compartimentos para baterias e pilhas.

Segundo o presidente da Comurg, Wagner Sirqueira, o projeto Coleta Seletiva possui quatro etapas, planejamento, implantação, monitoramento e institucionalização onde espera regulamentar o programa por uma lei municipal criando o conselho deliberativo da coleta seletivo com a participação de todos. “Atualmente estamos na fase de implantação, mas a nossa meta é que até o fim do ano de 2009 o projeto já esteja em pleno funcionamento”, afirma Wagner.

A implantação consiste também em fazer a incubação social nas cooperativas, através da Universidade Católica de Goiás e da Universidade Federal de Goiás. Estão envolvidos no projeto dezessete professores e trinta e três estudantes. Este programa de extensão das universidades é financiado pela Secretaria Nacional de Economia Solidária. Fernando Bartholo professor de cooperativismo e coordenador da incubadora Social da UFG - Universidade Federal de Goiás diz que o objetivo da encubação social é ajudar a organizar e assessorar as pessoas que estão na linha de miséria.

Para o presidente da Comurg, a partir do ano que vem, o projeto ganhará uma força maior, pois contará com a mídia direta e indireta, a começar pelas 326 escolas municipais e os 54 órgãos públicos. Ele ressalta ainda a necessidade do engajamento de toda a população “palestras e seminários serão realizadas para conscientizar a todos da necessidade de separar o lixo”. O objetivo é diminuir o lixo endereçado ao aterro, evitando problemas no solo, alongando assim a vida útil do mesmo.

O projeto também prevê além da coleta diária de casa em casa, a coleta do lixo orgânico três vezes por semana e uma vez por semana a coleta do lixo reciclável. De acordo com dados cedidos pela Comurg, o projeto piloto da prefeitura começará pelo setor Jardim América, alcançando simultaneamente nove bairros e os arredores dos oito parques existentes em Goiânia, este trabalho será realizado em parceria com o Sinduscom, Secovi, Ademi e o Creci.

A execução do projeto não depende apenas da prefeitura e sim da conscientização da população. Onde ainda não se tem o PEVs, a população pode fazer o compromisso com os catadores das cooperativas ou associações. Se assim não obtiverem um resultado satisfatório para a entrega do material separado, poderá através do telefone 3524-8618 ou 3524-1166 solicitar a Comurg a coleta do lixo em sua residência, desde que seja uma quantidade relevante, informa Jorge Moreira coordenador da Coleta Seletiva em Goiânia.
O cidadão goianiense tem demonstrado preocupação com o meio ambiente e consigo mesmo. Atualmente, a Comurg recebe mais de dois mil telefonemas por mês para a coleta seletiva, contudo Wagner avalia que ainda falta iniciativa.

“Apesar da importância ambiental da reciclagem, existe também a questão econômica e cultural. Culturalmente as pessoas não são acostumadas a fazer a separação do lixo. Isso acaba gerando grande dificuldade, pois é necessária uma mudança nos costumes do cidadão. Quando a nova cultura já estiver implantada, o projeto funcionará plenamente”, conclui o presidente da companhia.

Segundo Celma Alves dos Anjos, tecnóloga em saneamento ambiental e gerente de manejos de resíduos urbanos da AMMA – Agência Municipal do Meio Ambiente, a população ainda não se deu conta para o tamanho do problema. “O tratamento do lixo é crucial para a melhor qualidade de vida das pessoas e a reciclagem é essencial, pois converte o lixo em matéria prima”, ressalta Celma.

Para Rafael José Correia, morador do setor Jardim América a Coleta Seletiva não funciona. Ele diz que não separa o lixo em casa, mas que já chegou a separar e quando colocado na porta da sua residência para ser recolhido pelo caminhão da Comurg, o lixo é jogado todo junto no caminhão.

A dona de casa Ana Flávia Rodrigues diz que sabe a importância da coleta e afirma que é preciso começar a separar o lixo em casa, mas admite que falta vontade própria para isso. “É difícil separar o lixo em casa, arrumar local para colocá-lo até chegar a quantia necessária para que o caminhão possa vir recolhe-lo”, justifica a dona de casa.

Alguns condomínios em Goiânia já usufruem do lado positivo do projeto. No condomínio JK, situado no setor Jardim Bela Vista, a iniciativa partiu do morador Ranniel Martins que juntamente com outros moradores implantaram a coleta seletiva, com separação de lixos orgânicos, metais, vidros, plásticos e papéis. Feita a separação o material é vendido para as empresas de reciclagem e o dinheiro arrecadado é revestido na manutenção do próprio sistema, atividades de conscientização e ajuda de custo em benfeitorias realizadas no condomínio.

Mohamed Lourenço, proprietário da Plaspel, empresa de reciclagem, conta que em Goiânia, já são vários condomínios que fazem a coleta seletiva, vendem e com o dinheiro fazem investimentos no próprio condomínio sem mexer no bolso dos moradores. Mohamed diz ainda que vende apenas o resíduo de plástico mole em Goiânia, os outros resíduos como papelão, peti, alumínio e outros recicláveis são vendidos para São Paulo e Rio Branco no Acre.

“A coleta seletiva começa por nós, pela nossa conscientização com o meio ambiente e com nós mesmos, pois futuramente quem sofrerá os danos somos nós” acentua Jorge Moreira.

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